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O Pimentinha
João Pedro
O que faço da vida: Acima de tudo, faço minha família feliz. Papai e mamãe sempre dizem isso. E essa é minha missão aqui no mundo: fazer as pessoas felizes. Tenho uma habilidade inacreditável em aprontar as mais mirabolantes travessuras, mas ainda não tenho noção do que apronto. Só sei que todos que estão ao meu lado, acabam se divertindo muito e vivendo momentos de muita alegria e pura diversão. A Mamãe
Mamãe: Luciana O Papai
Papai: Rodrigo Nossos Amigos
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quarta-feira, março 29, 2006
O filho único
Tudo muda quando nos tornamos pais e mães, isso eu já ouvia antes de me tornar uma, e hoje concordo plenamente com isso. Antes, imaginava ser mãe aos 30, 35 anos. Queria primeiro alavancar minha carreira pra depois viver a maternidade. E claro me imaginava como mãe de 1 filho só. Aí, tudo foi acontecendo, engravidei antes de fazer a tão sonhada pós, mestrado e outros, deixei alguns planos de lado e abriguei em meu ventre o fruto divino que me foi enviado. Aí o João Pedro nasceu, que alegria!!! Lindo menino, alvo de todas as atenções, o primeiro neto de ambas partes. E no meio de toda aquela euforia: bebê encantador, cheirinho gostoso por todo lado, invasão de sentimentos, amor indescrítivel, e claro, que tinham que surgir os famosos choros, manhas, pouco sono, e um básico stress. Primeiro filho é isso mesmo. Atire a primeira pedra quem nunca reclamou por um segundinho qualquer... E daí mais uma decisão precipitada: "Vou ter um filho só! Chega! Dá muito trabalho!" E todos ao meu redor dizendo: "Que nada, logo você mudará de idéia, e esquece esse difícil começo..." E assim passaram-se dias, meses, e aquele bebezinho deixou de ser chorão, se tornou sorridente, descobriu que dormir é um santo remédio, que carinho é muito bom, e que a cada segundo, seus pais o amavam ainda mais. Pronto! Aí veio o primeiro aninho. Coisa mais linda de se ver. A primeira grande festa de aniversário. Muitas expectativas, muita alegria, maior felicidade. Primeiros grandes aprendizados. Depois de sentar, engatinhar, o menino arriscou os primeiros passos. Uma grande vitória! E aquele bebê de repente começa a ganhar carinha de menino peralta e faz nosso amor crescer ainda mais. Dois anos! Nossa como cresceu! Você fica surpresa com tantos progressos, com tamanha beleza, com tamanha inteligência. Eles passam a correr, escalar, aprontar tantas travessuras. E também aprendem que com algumas palavrinhas mágicas se pode ganhar quase tudo. Mas nem tudo é perfeito, nem poderia ser. E aí começam aquela fase de birras, malcriações. E aí pergunta: "Cadê aquele serzinho indefeso que estava aqui?" Juro, que meu coração até dói quando não aprovo alguns comportamentos do João. E isso porque todos dizem que ele é um anjo, e que eu não vi ainda uma criança malcriada de verdade. Mas ele tem alguns deslizes, e a gente está sempre ali, disposto a ajudá-lo, a ensinar, e repreender, por que não? Mas o menino tem testado os seus e os nossos limites ainda mais a cada dia que passa. Mas agora estou até mais tranqüila, já que pesquisei, li alguns artigos e pude confirmar mesmo que é mais uma fase que se aproxima. Até fiz um mini flash-back e recordei de alguns momentos que vivi com a minha afilhada quando ela tinha essa idade. Ela fazia a mesma coisa. E hoje está uma linda menina de oito anos, super educada e comportada. Mas que dá vontade estrapolar de vez em quando, dá, isso dá! Mas o João Pedro sabe que não damos mole o tempo todo. Percebi o quanto estávamos mimando o menino. Ele nem chegava a pedir um brinquedo e já íamos voando pra loja buscar. Aliás já falei com meus pais a respeito disso, porque às vezes eu nem dava o que ele pedia, mas os avós iam lá fazer a vontade do garoto. Tá aí um grande erro de ter um filho só. Você acha que pode compensar a ausência de um irmãozinho, comprando tudo que vê pela frente. Um grande erro. E o resultado disso: muitos brinquedos pra uma criança só. E ele, filho único, criado somente com adultos, tem encontrado um novo jeito, de chamar atenção, de exigir mais atenção nossa nas brincadeiras. Sei que esse comportamento na criança é normal e deve ser vivenciado por ela. E normalmente, acontece quando sente-se frustrada ou quando necessita mostrar aos pais que algo não vai bem. Muitas vezes a criança provoca um adulto para que ele possa intervir por ela e controle seu impulso agressivo, já que ela é pequena e não tem condições de fazer por sí própria. Por isso precisa de um "para com isso" ou "eu não quero que você faça". É como se ela pedisse para levar uma bronca. Acredito que uma criança dessa idade ainda seja incapaz de compreender relações humanas, analisar situações ou tomar decisões. Ela age movida apenas por suas necessidades, medos e aflições. Assim, não se pode dizer que ela respeita ou desrespeita a mãe ou o pai. Ela deve ser entendida, acalmada, amparada. Com paciência, tolerância, até que o tempo ajude amadurecer e a fazer suas escolhas. Essa grandeza é o sentido maior da maternidade: plantar, sempre e por muito tempo, e sem cobrança, gestos de amor que serão modelos para as futuras ações dos nossos filhos. Eu e o Rô temos conversado muito. Andei conversando com a babá também, houve até uns leves desentimentos já que "elas" relutam em aceitar nossas críticas, e decidimos mudar alguns hábitos. Menos televisão, supervisionar o que ele vê na TV, levá-lo mais ao playgroung, andar na pracinha, enfim ser mais criança. Ele indo pra escola, já tenho certeza que teremos um grande progresso. Sei que não será tudo tão perfeito assim, mas faz parte da vida enfrentar novos desafios. No sábado, o levei no parquinho, e brincamos junto, sentados na areia, fazendo estradas, inventando novas maneiras de brincar. Aiiiii tenho tantas saudades da minha infância. Sabe, a gente inventava as brincadeiras, estimulava o tempo todo nossa criatividade. Eu por exemplo, adorava brincar de lojinha. Passava tardes "fabricando" os dinheirinhos, organizando as estantes, arrumando o balcão. E amava brincar com as espigas de milho que colhia muitas vezes escondido na chácara do meu avô. As garotas se reuniam e organizávamos um concurso de qual boneca de milho iria ficar mais bonita, rs. Cresci rodeada pelos meus irmãos, primos e amigos. A gente nem tinha tanto brinquedos, o que a gente gostava mesmo era de inventar, correr, pisar na grama, construir castelos, brincar de teatro vestidas com roupas velhas da minha avó, e depois de um dia repleto de brincadeiras devorávamos uma grande tijela de bolinhos de chuva, bolinhos de polvilho que minha vó preparava... aiiii como era bom tudo isso. Tenho muitas saudades desse tempo e chego às vezes a sentir pena das crianças de hoje. Hoje em dia é tudo tão automático, os brinquedos já vêm prontos, tudo se ganha com mais facilidade e as famílias estão cada vez menores. Claro que tem coisas boas que antes não tínhamos. Preciso renovar alguns conceitos, sei lá... E sabe, acho que daqui um tempo, vamos ter outro filho sim. Sei lá, ando tão nostálgica, e sei o quanto é bom ter um irmão nessa vida. Ahhhh, as pessoas estão cada dia mais individualistas, já pensou como será daqui uns anos??? Família é tudo mesmo. |